Pule para o conteúdo

A Fascinante Jornada do Ju Jutsu Japonês ao Jiu Jitsu Brasileiro

A Fascinante Jornada do Ju Jutsu Japonês ao Jiu Jitsu Brasileiro
Equipe Boletta
Publicado emmarço 14, 2024
O BJJ, conhecido mundialmente como Brazilian Jiu Jitsu, é reconhecido por sua eficácia em combate e como um esporte que desafia mente e corpo.

Você sabia que a história da arte suave tem uma riqueza impressionante – desde os antigos campos de batalha do Japão até as modernas academias espalhadas por todo o Brasil e o mundo? Vamos iniciar essa busca, explorando as raízes históricas e as transformações dessa prática milenar juntos, e como ela encontrou maneiras de se alterar e se adaptar através dos séculos aos seus praticantes.

O Ju Jutsu No Japão

A história nos leva ao Japão Feudal, um período marcado por grandes batalhas, tanto físicas quanto psicológicas, entre os diferentes clãs samurais. Foi nesse contexto que surgiu a necessidade de um sistema de combate que pudesse ser eficaz mesmo quando as armas convencionais, como espadas e lanças, fossem perdidas ou inutilizáveis. Assim nasceu o Ju Jutsu (também conhecido como Jujitsu ou Jujutsu), que significa “a arte da suavidade” ou “o caminho da flexibilidade”; uma arte marcial que não se focava na força bruta, mas na habilidade de usar a força do oponente contra ele mesmo, com diversas técnicas de arremesso, imobilizações, golpes e estrangulamentos.

Primórdios do Jujutsu japonês.

O Ju Jutsu era mais do que um simples conjunto de técnicas de combate; era uma filosofia de vida, integrando princípios físicos, mentais e espirituais. Essa arte marcial era mantida em segredo dentro dos clãs samurais e se desenvolveu entre várias escolas, cada uma com suas técnicas e tradições particulares. Com a restauração Meiji em 1868, que marcou o fim do shogunato e a modernização do Japão, muitas artes marciais tradicionais começaram a perder seu lugar na sociedade japonesa, levando mestres dessas disciplinas a buscar novos horizontes.

A Travessia Para o Brasil

No início do século XX, o Japão passou por um grande período de emigrações. Muitos japoneses, incluindo mestres de artes marciais, deixaram seu país natal em busca de oportunidades no exterior. Foi nesse contexto que o Ju Jutsu chegou ao Brasil, trazido pelos imigrantes japoneses que se estabeleceram principalmente no estado de São Paulo. O Brasil, com sua vasta terra e promessa de prosperidade da época, tornou-se um novo lar para esses imigrantes e suas tradições.

Mitsuyo Maeda, fonte: GracieMag
Mitsuyo Maeda. Fonte: GracieMag

Entre os imigrantes estava Mitsuyo Maeda, um mestre de Ju Jutsu e Judô (que era uma forma modernizada e esportiva do Ju Jutsu, criada por Jigoro Kano). Maeda foi fundamental na introdução dessas artes marciais no Brasil, realizando demonstrações e ensinando a jovens brasileiros. Uma dessas pessoas foi Carlos Gracie, que, junto com seus irmãos, adaptou as técnicas aprendidas com Maeda, dando origem ao que hoje conhecemos como Jiu Jitsu brasileiro.

O legado Gracie

Tudo começou com Gastão Gracie, pai de Carlos Gracie, que foi quem inicialmente entrou em contato com Mitsuyo Maeda. Gastão Gracie era um empresário de destaque em Belém do Pará e ajudou Maeda em um momento crucial, em uma época que muitas pessoas tiveram que emigrar do Japão devido a dificuldades econômicas, e muitos chegavam ao brasil sem nada, apenas um sonho. Maeda, como agradecimento pela ajuda, ofereceu-se para ensinar o filho mais velho de Gastão, Carlos Gracie. Carlos, por sua vez, foi o pioneiro em adaptar e ensinar o Jiu Jitsu no Brasil, dando início à linhagem dos Gracie no mundo das artes marciais.

Carlos Gracie. Fonte: Reprodução
Carlos Gracie. Fonte: Reprodução

A história do Jiu Jitsu brasileiro é uma narrativa rica e envolvente, marcada pela transformação e evolução de uma antiga arte marcial japonesa em um fenômeno global contemporâneo. Desde suas origens no Ju Jutsu japonês, passando pela influente chegada ao Brasil pelas mãos de mestres como Mitsuyo Maeda, até a revolucionária adaptação e refinamento realizado pela família Gracie, especialmente por figuras centrais como Carlos e Helio Gracie, o Jiu Jitsu brasileiro tem sido uma história de inovação, técnica e espírito indomável. Ele transcende a simples prática de uma arte marcial, incorporando uma filosofia de vida que ensina resiliência, inteligência e a importância da técnica sobre a força.

O legado do Jiu Jitsu brasileiro vai além dos tatames, influenciando gerações de praticantes ao redor do mundo, e permanece como um testemunho da capacidade humana de adaptar, superar e evoluir.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *